Obsolescência e imortalização: quando o produto anula a marca
Gosto de acreditar que a construção através de imagens e de signos que não têm qualquer contacto entre si, ou seja, a conceptualização, é o campo de atuação do que se quer mitificado, ou seja, conhecido e reconhecido e de preferência imortalizado
Gosto de acreditar que a construção através de imagens e de signos que não têm qualquer contacto entre si, ou seja, a conceptualização, é o campo de atuação do que se quer mitificado, ou seja, conhecido e reconhecido e de preferência imortalizado. Quanto mais rápido é este processo de conceptualização, mais rápida é a reinvenção do tempo, mais rápida é a invenção da obsolescência. Logo, a imortalização combate a obsolescência do objecto, seja ele visual ou físico.
O poder de criar e definir o quando, o como e o porquê dos objetos cruza-se também com o poder de os anular. Esta dicotomia entre criação e anulação é a grande responsável pela definição e a redefinição das modas culturais. Das marcas. Mas, acima de tudo dos produtos... que são imortais.
Sou do tempo em que as marcas tinham produtos icónicos de tal forma que o produto se transformou na própria marca.
(...)
Este medo da obsolescência leva as marcas a reinventarem-se, mas só algumas conseguem produtos que extrapolam a própria marca, tornando-se eles próprios no denominador comum em termos universais.
E se já ouvimos música num Sony, nada me espanta quando chegar o dia de irmos de Sony para o trabalho.
Excerto do artigo de opinião de Carlos Rosa, diretor do IADE - Faculdade de Design, Tecnologia e Comunicação da Universidade Europeia, para o Diário de Notícias. O artigo completo pode ser consultado aqui .