Tese de aluno do IADE conquista o 3ª lugar na competição da EDCOM
Gonçalo Figueiredo, estudante do mestrado em Design & Publicidade no IADE, conquistou o 3º lugar a nível europeu na competição de melhor tese de mestrado da EDCOM. Nesta entrevista, fala-nos sobre o significado desta menção, assim como as maiores dificuldades que teve de encarar ao longo do processo. Deixa ainda um conselho a todos os alunos do IADE.
1. Como se sente ao conquistar o 3º lugar na competição de melhor tese de mestrado da EDCOM?
A satisfação que sinto pelos resultados obtidos nesta pesquisa são indescritíveis. Foi desafiador dedicar-me integralmente à tese, algo que me tirou completamente da minha zona de conforto e exigiu uma decisão firme. E contemplar até agora onde isto me levou é como testemunhar a realização de um sonho improvável. O desafio consistia em concluir a tese e com isso o mestrado, mas estas realizações que não estavam nos planos iniciais têm um sabor ainda mais doce e exótico por causa disso, especialmente considerando as oportunidades adicionais que surgiram. Como apresentado em dois congressos internacionais, a obtenção da minha primeira publicação como parte deste estudo e, agora recentemente, a conquista do terceiro lugar.
2. Como funciona esse concurso?
A Graduation Competition EDCOM é um dos principais concursos, destinado a premiar as melhores dissertações ou ensaios de licenciatura e mestrado produzidos por alunos das instituições membros da EDCOM, que reúne 46 instituições académicas de 16 países europeus. A participação no concurso exigia o envio de um abstract da dissertação e a criação de um pôster A1 que sintetizava toda a pesquisa.
3. Qual foi o tema da tese e porquê essa escolha?
O tema da minha tese explorou a perspetiva de pessoas com daltonismo, visando compreender as suas percepções na leitura de peças publicitárias, com o intuito de obter insights sobre como aprimorar a comunicação sem comprometer a mensagem. Desde o início, este tema despertou a atenção e gerou dúvidas devido à dificuldade que representava. Lembro-me de apresentá-lo e receber desejos de "boa sorte", pois estava a entrar num caminho de incertezas, sobre o qual não tinha controle. Decidi encarar o desafio na mesma porque, lá no fundo do meu ser, sentia que se desse certo os resultados poderiam ser verdadeiramente interessantes. Agora, vocês podem perguntar-se: porquê escolher os daltónicos? A resposta é relativamente simples. Tive a oportunidade de escolher uma área que me possibilita fazer coisas verdadeiramente incríveis, desde criar, educar, influenciar até proporcionar experiências únicas, e cada passo nesse caminho é uma chance de impactar vidas de maneiras profundas. E com os avanços tecnológicos, expandimos horizontes de inclusão de uma maneira extraordinária, permitindo que parcelas significativas da população desfrutem das mesmas experiências. Daí a escolha do tema da minha tese. Não se tratou apenas de explorar um tema só para despachar, mas sim de seguir as minhas convicções e o que acredito.
4. Além dos conhecimentos dentro do tema, o que sente que ganhou?
Mais do que qualquer outra coisa, o que verdadeiramente conquistei, numa esfera íntima e pessoal, foi que não me devo nem limitar e nem subestimar as minhas potencialidades antes mesmo de tentar. Podem parecer meras palavras clichê, vazias ou óbvias, mas são surpreendentemente as barreiras que criamos com medo de errar, antes mesmo de darmos o primeiro passo.
5. Quer deixar um desafio ou um conselho aos estudantes que consideram que escrever uma tese é difícil ou que não é divertido ou prazeroso?
O maior conselho que posso oferecer é que não encarem a tese como um desafio insuperável, mesmo que à primeira vista pareça intimidante. Assim como em qualquer desafio, é fundamental olhar para além do óbvio e explorar a questão sob diferentes perspectivas. Durante o processo, que geralmente se estende por cerca de um ano, é natural encontrar altos e baixos, bem como lidar com incertezas. Por isso, é crucial escolher um tema que verdadeiramente motive durante esse período e escolher um bom orientador, pois esses são os principais pilares que sustentam todo o trabalho. E agregado a isso, não subestimar a importância do tempo durante a realização é essencial. Porque, afinal, é só mais um trabalho, que possui uma importância singular.