Pop Closet. A moda em segunda mão como nunca a viu
A Pop Closet abriu as portas e quer pôr os portugueses a olharem para a roupa em segunda mão com outros olhos. O dono, António Branco, estudou Design de Moda [http://www.iade.europeia.pt/cursos/mestrados/branding-e-design-de-moda] no IADE, andou a cozinhar o conceito há anos e trouxe-o agora para Lisboa.
Citando o Observador,
Não é preciso muito tempo para tirar a pinta à nova Pop Closet, no Chiado. Os olhos batem imediatamente num balcão refrigerado que já terá desempenhado o seu papel um talho qualquer. Atrás, há ganchos metálicos, daqueles usados para pendurar grandes peças de carne. Só que aqui, a mercadoria é outra. Esta montra invulgar está dedicada aos acessórios e é o ponto de partida para começar a explorar duas salas cheias de roupa em segunda mão.
“Não me interessava fazer uma loja de roupa nova. Com o tempo, tornei-me um grande consumidor de moda vintage e, hoje em dia, até os grandes designers se inspiram neste tipo de peças”, afirma António Branco, de 49 anos, dono da Pop Closet. Dentro da loja, o termo _vintage_é usado com uma boa dose de aspas. Para António, a palavra remete para os anos 20 e 30. As peças são magníficas, mas já jogam noutro campeonato, o dos disfarces. Este closet viaja até à década de 60, mas quase sempre através dos cortes e silhuetas de peças mais recentes. O segredo está na curadoria, um exercício de equilíbrio entre as tendências da estação e o que cada roupa e acessório tem de especial.“É uma oportunidade para se ser original”, completa. Numa altura em que a individualidade e o ser-se único começa, timidamente, a sobrepor-se à massificação da moda, no que toca a preços, a Pop Closet quer competir diretamente com as grandes cadeias de fast fashion. Com a diferença de que, pelo meio, encontram-se peças intemporais de grandes marcas a preços, no mínimo, sedutores. Um vestido preto Karl Lagerfeld a 120€ e outros dois assinados por Anna Sui e pela dupla americana Badgley Mischka abaixo da barreira dos três dígitos são só alguns exemplos. Ao espreitar as etiquetas, encontramos Adidas, Prada e Marc Jacobs. A seleção de peças não tem só marcas de luxo, mas é inevitável que, depois de décadas a trabalhar em moda, António tenha meios muito especiais para trazer alguns destes modelos para Lisboa.Vans ou Adidas? A loja tem vários ténis destas marcas com ar de novinhos em folha. Aos 18 anos, abriu a sua primeira loja. Ficava na Lapa, também em Lisboa, e era onde vendia as suas próprias criações, enquanto ainda estudava Design de Moda no IADE. Fechou-a para partir à descoberta de Nova Iorque. Durante 20 anos, trabalhou como stylist e buyer do outro lado do Atlântico. Não ficou nada por conhecer, das lojas e designers aos fotógrafos e produtores. Por lá ficou até ter sido convidado para ocupar o cargo de editor de moda na GQ Brasil. A experiência encheu-lhe as medidas durante três anos. No regresso aos Estados Unidos, encontrou um mercado com menos espaço. Fez as malas e voltou para Portugal com um conceito pioneiro no porão, o de uma loja de roupa em segunda mão, pouco vintage, com novas coleções a saírem a cada estação e onde qualquer um pode pôr as suas peças à venda. Um ano e meio depois, cá está ele, tornado realidade.
“Este negócio depende muito das pessoas”, confessa. Além do famoso balcão do talho, há um segundo só para quem se quer desfazer do que já não usa. Mas não vale tudo. António mantém o critério apertado e de fora ficam sempre peças das grandes cadeias de fast fashion. Uma opção lógica se relembrarmos que um dos objetivos da loja é proporcionar alternativas à roupa que meio mundo anda a usar. O bom estado das peças é essencial e, salvo algumas exceções em que os artigos ficam à consignação, como aconteceu com a mala Hermès exposta logo à entrada, tudo é comprado na hora. Por quanto? A regra é 30% do valor a que a peça vai ser posta à venda. Se o cliente preferir ficar com um vale para fazer compras na Pop Closet, a oferta sobe para 50%.
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© João Porfírio/Observador